quarta-feira

Como é Dificil Fazer Dieta

Especialistas explicam como lado psicológico e outros interferem nas tentativas de emagrecimento

Quem se lembra de ter feito a promessa durante a virada de ano de que entraria numa dieta? No entanto, quem, desses mesmos que prometeram, não conseguiram tocar a dieta por muito tempo? Devido a diversos fatores, muitas pessoas começam uma dieta, mas não conseguem ir adiante. Contudo, é importante ressaltar que você não é o único culpado por isso. Fatores psicológicos, mercadológicos e outros interferem bastante.
Psicologia explica

De fato, aqueles alimentos gordurosos, que normalmente devem ficar fora da lista de quem se propôs uma dieta, são mais gostosos. Logo, as comidas naturais são menos atrativas para o paladar. O motivo disso, segundo o psicólogo clínico Odair J. Comin é a necessidade que os alimentos ricos em gordura e outras substâncias nocivas causam nas pessoas.
"É como um vício, e quanto mais se come, mais se cria receptores cerebrais que necessitam e cobram esse tipo específico de alimento. Por isso a dificuldade, pois existe um hábito sedimentado e que impõe certos alimentos", explica doutor Odair, que é autor do livro "Mestre das Emoções".
Além desse quase "vício" em relação aos alimentos mais gostosos, há outro fator psicológico que interfere na manutenção da dieta: a compulsão alimentar. Doutor Odair explica que a compulsão se caracteriza por um descontrole na forma como o indivíduo se alimenta. "A quantidade ingerida vai além das necessidades reais do organismo. Por vezes, a compulsão só chega ao fim quando todo o alimento disponível tenha acabado".
É claro que o fato de você não conseguir manter a dieta não te caracteriza como compulsivo, por isso é importante lembrar as diferenças entre ambos. "A diferença principal é o limite que um possui e o outro não. Aquele que não consegue manter a dieta pode não se alimentar de forma saudável. Contudo, normalmente come dentro das necessidades do corpo. Já o compulsivo vai além de seus limites, sem controle da quantidade ou qualidade do alimento", alerta Comin.
Nesses casos, o tratamento exige muito mais que dieta. Basicamente, o tratamento para compulsão alimentar consiste em psicoterapia.

Outros fatores
Além dos aspectos psicológicos, há outros que atrapalham bastante a manutenção da sua dieta. Já reparou que nas redes varejistas há muito mais opções de alimentos gordurosos que comida saudável? Essa é a interferência do mercado na alimentação das pessoas. Outro fator é o preço. Alimentos saudáveis tendem a ser mais caros, e isso afeta também o bolso do consumidor.


Além do preço desses alimentos, a falta de tempo para se dedicar à dieta é uma queixa comum que a doutora Paula Pessin Fábrega, endocrinologista e pós-graduanda em obesidade, mais ouve no consultório.

"A queixa mais comum é falta de tempo para fazer as refeições. O intervalo entre as refeições fica grande e a pessoa sente muita fome, exagerando na refeição seguinte", conta doutora Paula. Ela aconselha a nunca proibir nenhum tipo de comida enquanto faz dieta. Se quiser comer chocolate, por exemplo, prefira o meio amargo. Se quiser comer pizza, peça uma com verduras e pouco queijo. "A proibição deve ser evitada justamente porque geralmente o proibido quase sempre é mais atraente", explica a endocrinologista.

Para que sua dieta tenha sucesso, ela sugere que se estabeleça uma rotina de alimentação, anote tudo o que for ingerido, que não fique mais que quatro horas sem comer, diminua uma pequena quantidade de alimentos por semana, faça atividades físicas e procure ajuda de especialistas.

Fonte: Jornal do Trem

sexta-feira

Ansiedade


A Ansiedade é um estado de alerta, que procura mostrar ao indivíduo que há um perigo eminente. A descarga ansiosa excessiva serve para que a pessoa tome providências, tanto para um enfrentamento como para uma fuga da situação. Dentre os sintomas aparentes há uma inquietação generalizada, uma aceleração na respiração, no batimento cardíaco e contração muscular.

A ansiedade vem de um futuro incerto, com relação a algo que já esta pré-estabelecido, como por exemplo, uma palestra programada, uma entrevista de emprego, ou mesmo algo que ocorra de imediato, como uma conversa com o chefe que o chama de repente. A partir destes fatos, são desencadeados pensamentos que levam a uma descarga ansiosa, provocando reações neurofisiológicas, o que pode trazer dor ou sofrimento.

Com a hipnose, o objetivo não é eliminar a ansiedade, pois esta é inerente ao ser humano, o objetivo é minimizá-la e desenvolver recursos internos para aprender a lidar com ela, com temperança e equilíbrio. É necessário verificar o porque da ansiedade trazer sofrimento em momentos específicos, o porque de não conseguir controlá-la. Desta forma, mune-se o paciente com instrumentos para lidar melhor com esse sentimento, libertando-se do mal estar que ele provoca

quinta-feira

Como o medo está afetando você

Primeiro: Quando ficamos com medo, sentimos primeiramente uma necessidade opressiva de proteção. Muitas pessoas instalam alarmes para aviso de incêndio, compram grandes fechaduras para suas portas e gastam milhares de reais com seguro de vida. No entanto, elas ainda sentem medo e querem mais e mais proteção contra aquilo que "poderá acontecer".

Segundo: Temos a tendência de adiar decisões, as quais sabemos que devemos tomar. Algumas pessoas sofrem quando vão às compras porque têm medo de fazer escolhas erradas. Como dizia Shakespeare: "Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar".

Terceiro: Vivemos construindo barreiras a fim de evitar que os outros nos conheçam. Muitas pessoas têm tanto medo da rejeição em seus relacionamentos, que se arriscam muito pouco.

Quarto: Podemos ficar obcecados com o fracasso. Isso é comum em pessoas que já foram despedidas de um emprego, por exemplo. Outras ainda, mesmo sendo atualmente bem-sucedidas, temem por perder tudo!


Por Prof. Menegatti
Fonte: artigos.biz

quarta-feira

Envelhecimento da Pele e Consequências



Começar a prevenção do fotoenvelhecimento na infância é, sem dúvida, muito importante para evitar o envelhecimento da pele decorrente da radiação ultravioleta do sol ao qual estamos expostos ao longa da vida. Mas, de acordo com o especialista em medicina estética e cirurgia plástica facial, Mário Espósito, a população está se conscientizando da gravidade do problema e da necessidade de se tratar precocemente.

"Orientamos os pais a ensinarem seus filhos sobre os benefícios e malefícios do sol e, principalmente, a colocarem em prática o uso de filtro solar desde cedo, criando o hábito saudável para a vida toda, prevenindo assim o envelhecimento cutâneo e o surgimento do câncer da pele. Os cuidados com a pele desde jovem certamente definirão a estrutura da mesma quando adulta", disse o especialista.

A ação do sol é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento, podendo resultar em uma lesão na estrutura da pele, e, se exposta em excesso, o processo de envelhecimento é maior.

Para ter uma pele saudável é preciso seguir orientações de um bom profissional. "Assim como os raios UV, as lâmpadas fluorescentes podem provocar o mesmo efeito, já que emitem raios ultravioletas. Neste caso, também é recomendável a prevenção do fotoenvelhecimento", alerta Espósito.

O ideal é a exposição ao sol matutino até as 10h. "É o necessário e suficiente para estimular a vitamina D, responsável pelo cálcio e fósforo no organismo", relata.

Ele cita alguns dos danos causados pelo fotoenvelhecimento. "As rugas de expressão, as manchas na pele são alguns dos problemas que aparecem numa idade mais avançada. E quando adulto também pode ocorrer danos em decorrência do tabagismo".

Atualmente, existem vários recursos para o tratamento. O especialista revela que inicialmente é preciso fazer uma boa avaliação para diagnosticar o grau de envelhecimento da pele para dar início aos cuidados. Ele sugere sugere algumas recomendações para prevenir os malefícios do sol. "Primeiramente tratamos a pele com uso de filtro solar e dependendo do comprometimento é possível o uso do ácido. Se a pele está bastante danificada o ideal é a sessão de peelling superficial ou peelling profundo, mas este deve ser feito somente em pacientes que necessitam do procedimento".

Se a pele apresenta flacidez causada pelo sol também há cirurgias para essa correção. Com a idade a pele perde o ácido hialurônico e ocorre queda nos tecidos. Para isso é feita uma avaliação para verificar a necessidade ou não de preenchimento para revitalização da pele.

Além de cirurgias plásticas, outros procedimentos usados para o rejuvenescimento da pele são o fio russo e a aplicação de botox. "Estes tratamentos são importantes, mas dependem do tipo de pele, pois, para cada caso é recomendado um tratamento específico, com os devidos cuidados para ter um bom resultado. É bom lembrar que se deve ter também o acompanhamento de um bom profissional", finalizou.


Fonte: circuitomt.com.br

Determinação para atingir um objetivo

 



O que leva uma pessoa a desistir de um objetivo? Será que ele já não era mais tão desejado ou o caminho escolhido não foi o mais adequado? No meio de tantos questionamentos uma única palavra responde a uma grande parcela dessas perguntas: Determinação. A quantidade de metas abandonadas pelo caminho mostra como é importante estar determinado para conquistar os objetivos e chegar lá.

O primeiro passo é definir qual é a meta e ter em mente que ela será cheia de nuances. Tália Jaoui, palestrante comportamental e especialista em programação neurolinguística, comenta que para ter sucesso na sua conquista é preciso se comprometer com submetas e atrelar uma grande sensação ao seu objetivo. "É essa associação que diferencia um objetivo de um simples desejo", comenta Tália. Odair José Comin, psicólogo clínico e autor do livro "Mestre das emoções", salienta que é preciso ter clareza no que se quer e identificar os motivos que o levam correr atrás desse objetivo. "Colocar suas metas no papel fica mais fácil para visualizar", sugere o psicólogo.

Um caminho bem definido é o segundo passo para atingir o objetivo desejado. De nada adianta ter determinação e vontade de conquistar algo se a pessoa não está na direção correta. Tália Jaoui lembra que é preciso escolher um caminho prazeroso para persistir e ir atrás das metas. "É preciso ter em mente que escolher um caminho desagradável é um ponto negativo para continuar correndo atrás do seu objetivo. Em uma dieta, por exemplo, não adianta uma pessoa que é louca por doces ser privada de comer esse tipo de alimento. É preciso ter um pouco de flexibilidade para trilhar o caminho mais fácil até alcançar aquilo que tanto se deseja", menciona Tália. Odair sugere fazer o caminho inverso, partindo do pressuposto que a pessoa já alcançou o objetivo e agora vai remontar passo a passo as ações tomadas para atingir sua meta.

Chegar ao sucesso pode não ser fácil, portanto, pensamentos negativos que reforcem as dificuldades e o cansaço devem ser afastados e substituídos por pensamentos positivos. "A pessoa deve visualizar o objetivo alcançado e responder qual é a sensação que esse pensamento traz. Pequenas evidências vão mostrar se aquilo que se deseja é apenas um sonho ou é algo realizável", comenta Tália. Odair complementa citando que é preciso ter ciência da realidade e dos limites de cada um.

Conquistando o objetivo


A forma de conduzir os passos até conquistar o objetivo varia de pessoa para pessoa, principalmente no que diz respeito à rigidez ou flexibilidade das ações. Tália aponta casos em que as pessoas precisam de rigor para atingir suas metas, enquanto outros precisam de mais maleabilidade, dependendo da ocasião. Na opinião do psicólogo o ideal é sempre ser flexível, mas de forma que isso não prejudique o estabelecimento das metas

Algumas evidências mostram quando é hora de desistir ou mudar os caminhos para chegar ao seu objetivo. "Quando você parar de sentir aquela sensação de euforia que sentia no começo, é hora de repensar a meta ou o caminho que se está seguindo", comenta Tália. Odair aponta que por esse motivo é importante avaliar cada passo dado, a fim de certificar-se que se está indo pelo caminho certo. "É fundamental rever os passos e as estratégias", observa o psicólogo.

Comemorar cada conquista realizada nas submetas pode ser um incentivo a mais para quem busca alcançar um objetivo. "Eu sugiro comemorar, pois isso se torna combustível para o próximo passo. Comemorar conecta a pessoa com a meta final, o que evita perda do interesse quando você a conquista", comenta Odair Comin. Vale lembrar que as pessoas, em sua maioria, são imediatistas e querem resultados em curto prazo. O psicólogo afirma que é preciso ter paciência e manter a persistência. "Tudo exige esforço e empenho. É preciso ter isso claro, não desistir e buscar novas estratégias quando o desânimo aparecer", acrescenta Odair.

Conheça as qualidades que são desenvolvidas junto com a determinação:


Pró-atividade

Quem quer chegar a algum lugar deve tomar a iniciativa, planejar, definir metas, etapas e começar o trajeto sem pressa, dando o primeiro passo e nunca parando. É preciso ser persistente.

Realismo

Ajustar o sonho à realidade é primordial para o projeto dar certo. Ninguém aguenta ir atrás de uma meta irreal. Persistir nessa batalha vai apenas gerar uma falsa sensação de fracasso.

Respeito ao tempo

O caminho deve ser percorrido integralmente para se chegar à realização da meta final. É preciso ser determinado e, principalmente, paciente.

Flexibilidade

O ser humano tem flexibilidade e capacidade de aprendizado para levar adiante todos os seus projetos. Para atingir patamares mais elevados na busca do objetivo é necessário ser flexível e ter a capacidade de começar tudo de novo. Muitas vezes é necessário fazer concessões aqui para conquistar ali. Isso não é sinal de fraqueza e sim de astúcia.

Dedicação

Para obter sucesso na empreitada é necessário se envolver com dedicação total para a conquista do ideal, o que inclui trabalho duro em busca do objetivo.

Coragem para assumir riscos

Quando as metas são ambiciosas é preciso ter determinação e capacidade de enfrentar riscos, desde que eles sejam calculados. Riscos geralmente estão associados a recompensas maiores.

Persistência

Deve-se acreditar e focar naquilo que se está almejando. Manter o foco nos benefícios ajuda a renovar as energias em busca do objetivo principal. A partir do momento em que se entende que determinada ação é para o bem próprio fica mais fácil alcançar a meta.

terça-feira

A Técnica do Autoengano: o hábito e seus limites

A experiência de enganar a si próprio acontece no cotidiano de todos. Com intensidade e motivos diferentes, a prática do enganar-se é comum, independentemente de gênero e faixa etária. Adiantar o despertador para não perder a hora para os compromissos, acreditar que na próxima segunda-feira a dieta será levada a sério e, que na virada do ano todas as metas serão alcançadas, pode tornar a vida mais leve e fácil.

Para o psicólogo clínico e escritor Odair J. Comin, o autoengano gera uma sensação de poder e ilude o indivíduo. Porém, é alimentado naturalmente no dia a dia de todos através da literatura, do cinema e até do mundo virtual tão presente no mundo contemporâneo.

"A vida real é dura demais, precisamos de certa dose de ilusão, mas é importante saber o motivo do autoengano. Se a pessoa adianta o relógio, pois tem dificuldade em ser pontual e necessita ganhar tempo, ela tem que ter consciência disso", alerta Comin.

O profissional explica que é preciso ter o cuidado de não tomar a ilusão como realidade. Segundo ele, a linha é tênue entre a vida real e a fantasia. "É preciso saber quando usar o autoengano e encontrar o equilíbrio para se viver bem. Até certa medida, esse movimento do autoengano é saudável e necessário. Funciona como uma ponte para superar situações com as quais o cidadão se sente inseguro. O que não se pode é fazer do autoengano um vício e uma maneira de se viver e confundir realidade com ilusão", afirma o psicólogo.

Limite entre a fantasia e a realidade

Mas enxergar o limite pode não ser tão simples para quem está perdendo o controle. Comin, então, dá algumas dicas de situações que apontam para a falta de controle. "Quando a pessoa se expõe demais e os outros começam a perceber as mentiras, quando há incongruência da fala e da ação, ou seja, discurso e prática são diferentes, quando promessas se tornam eternas, tudo isso são sinais de que há um exagero", explica Comin.

A professora de psicologia da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Renata Paes, especialista em neuropsicologia, comenta que o indivíduo tem como hábito querer o máximo de prazer e o mínimo de dor. Por isso, ela chama atenção para a importância da escolha quando o assunto é autoengano.

"Eu prefiro usar o termo autossabotagem. Quem quer emagrecer, por exemplo, necessariamente terá que mudar hábitos e abrir mão de certos alimentos e quantidades. Não adianta comer muito durante a semana se enganando que na próxima semana irá radicalizar e começar uma dieta rigorosa. O fundamental é o equilíbrio e saber que não tem como tudo ser sempre positivo e fácil", diz Renata.

Para a profissional, se o autoengano for uma medida para compensar um comportamento que venha a auxiliar o indivíduo, pode até ser interessante.

"Se o sujeito tem problemas com horário e adianta o relógio, ele não está simplesmente se enganando. Ele tem a consciência do ponto negativo dele e cria uma tática para respeitar horário. É diferente de quem tem dívidas no cartão, sabe que está sem controle do orçamento e se engana ao ir ao shopping dizendo que não vai comprar sabendo que é um consumidor voraz e acaba gastando e piorando sua situação financeira", ilustra Renata.

O que é a Regressão de Idade

 


A Regressão de Idade é reviver o passado como se fosse presente. Não importa se esse passado tenha ocorrido a uma semana ou à 30 anos atrás. Estando regredido, o indivíduo se comportará da mesma forma como naquela idade. Sua voz, sua forma de pensar, falar e agir, assim, como sua postura corporal e outras características, poderão se modificar, tornando-se peculiares à idade em questão.

A regressão de idade acaba sendo muito confundida com a hipermnésia, que são lembranças nítidas do passado, sabendo-se que é passado. Se durante a hipnose o indivíduo relatar fatos de quando tinha 6 meses de vida, ou mesmo quando ainda estava no útero materno, esta seria uma hipermnésia, e não uma regressão de idade, o que pode ser explicado pelo fato de que naquela época o sujeito ainda não sabia falar. Se fosse uma regressão de idade, o que poderíamos ter, seriam apenas expressões corporais, alguns sons característicos ou mesmo choro.

Existe diferença também entre a regressão de idade e regressão à vidas passadas. Se estas realmente existem, o que normalmente ocorre, é o que poderíamos chamar de hipermnésia à vidas passadas, onde o paciente relata ter sido diferentes "personagens" em diferentes tempos e lugares. Para que haja uma verdadeira regressão, o paciente deve se comportar da mesma forma do "personagem", falar a mesma língua, pensar e sentir de acordo com o que se pensava naquela época específica.

A regressão de idade, quando realmente acontece, é uma ótima forma de ressignificar o passado. É uma forma de voltar onde algum trauma ou experiência desagradável ocorreu, e poder com a ajuda do hipnoterapeuta, ver com olhos diferentes, podendo se pensar de modo a "modificar" este passado. Durante a regressão, o hipnoterapeuta pode utilizar ferramentas e fazer novas perguntas, que naquele momento o indivíduo não tinha à sua disposição, proporcionando assim, a possibilidade da mudança e da transformação pessoal.

Odair J. Comin
Psicólogo e Especialista em Hipnose

segunda-feira

Bullying: o mal sistematizado



O ser humano é mau, basta olhar ao nosso redor, basta olhar a história. Normalmente definimos o agressor como covarde. Covardia por definição, é a falta de coragem. Portanto, é preciso redefinir esse ato de agredir. Chamemos pois, de crueldade. É cruel o individuo que busca se fortalecer na fraqueza do outro. É cruel quem em sua ação, visa o mal do outro. Cruel e inseguro, a agressividade esconde a fragilidade interna.

 Sua pequenez se manifesta aos brados, a violência é uma forma de calar essa voz interna. Tentando provar a si mesmo que é forte, grande. Em última instância, poderíamos até pensar que esse ser cruel é corajoso, contrapondo-se ao covarde. Neste caso teríamos uma virtude a serviço do mal. Todavia, visto que toda virtude visa o bem, este ato não é virtuoso, não é corajoso, é sim, maldoso.

Também não devemos chamar esse ato de insano, já que por trás do mal, subjaz a racionalidade. A razão nos leva ao bem, a razão nos conduz ao mal. Poderíamos dizer que o mal tem mais de paixão (ódio, ira, cólera, vingança), e menos de razão. Sim, mas a razão está presente o tempo todo. Existe uma premeditação no bullying, que leva à sistemática. Engendra-se na mente e põe-se em prática no mundo real. É cruel fazer o mal ao outro para que eu me sinta bem. É isso o que faz esse algoz. Razão e coragem a serviço do mal, é maldade.

O sujeito ativo do bullying, na maior parte dos casos, esconde, no presente ou numa época remota, o fato de que também ele é, ou foi sujeito passivo do bullying. É somar maldade à maldade. Já que fui humilhado, também humilho e me redimo de meu ultraje. Engodo atroz. Tal indivíduo não consegue mais que fugazes momentos de sadismo, um prazer passageiro, com o objetivo de autoafirmação.

Tão logo o efeito se desvaneça, volta a exercitar sua crueldade. É como o efeito de uma droga, e sempre com necessidades cada vez maiores.

O agressor é, via de regra, um indivíduo agregado a um grupo, com isso seu medo é mitigado e se sente mais a vontade para praticar o mal. Com isso, se faz necessário verificar o grupo ao qual pertence, também o núcleo familiar ao qual está inserido. Por vezes pais violentos, castradores, inseguros, arrogantes e coléricos, servem de referencia. Portanto, a saída para o sujeito ativo do bullying é um trabalho contextual. É necessário averiguar o ambiente em que está inserido e identificar as possíveis causas de tal transtorno. Com isso, pode se fazer um redirecionamento de sua forma de pensar e agir. Mostrar saídas saudáveis para seus próprios sentimentos. Não condenamos alguém por sentir ira ou ódio, condenamos o efeito de tal emoção. A razão deve conduzí-lo ao bem, seja de si mesmo, do outro ou da natureza.

Odair J. Comin - Psicólogo Clínico e Escritor

Perigos dos ansiolíticos e antidepressivos



A dependência de antidepressivos e ansiolíticos começou a ser encarada como um problema grave e muito sério na sociedade. Segundo boletim da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no período de 2007 a 2010 os ansiolíticos foram as substâncias controladas mais consumidas pela população brasileira. Já os antidepressivos aumentaram as vendas em cerca de 45%.
De acordo com os dados da ANVISA, o volume nas vendas desses medicamentos cresceu de 29,46 mil caixas, em 2007, para 10,59 milhões de caixas em 2010. Para o psicólogo clínico e escritor Odair J. Comin, o que impulsionou o aumento nas vendas, além do custo acessível, é esta necessidade de resultados imediatos para sintomas como estresse, desânimo e ansiedade.
Outro fator é a facilidade em acesso a psiquiatras que medicam as pacientes, viabilizando soluções para estes tipos de problema. Comin explica que o acesso a essas drogas lícitas é um bem e um mal. "Na medida em que se usa de forma indiscriminada, criam-se viciados. E viciados deixam de lado a razão, quando ela deveria ser o guia principal", afirma. "Toda substância sintética, teoricamente, é um corpo estranho em nosso organismo. É uma substância agindo sobre seu corpo, como se você fosse um boneco manipulado", alerta ele.
Vale destacar a diferença entre ansiolítico e antidepressivo. O ansiolítico é um fármaco que trata aansiedade. Seu uso é indicado para tratar a irritabilidade, a insônia e para produzir um efeito relaxante muscular. Já o antidepressivo é um remédio usado para tratar casos de depressão que são a tristeza, angústia, diminuição da energia, falta de concentração, desinteresse, alterações do sono e do apetite, idéias de culpa, de autodesvalorização e desejo de suicídio.
Segundo o psicólogo clínico, esses medicamentos interferem no funcionamento natural da química biológica e isso pode levar uma mulher a ser viciada, pois o organismo criará a necessidade de continuar recebendo os estímulos gratuitamente. "O medicamento é como uma poção mágica que pode trazer um alívio e sensação de proteção", diz ele.
Odair relata que uma mente saudável é capaz de produzir toda a química de que o corpo precisa e que o medicamento só deve ser utilizado para ocupar uma lacuna criada pela não observação de limites. "Aprender a lidar com as emoções é ter mais consciência das escolhas que faz e suas causas", conta. "É importante pensar sobre os porquês de tal condição, impor mudança de hábitos, repensar escolhas e rever seus objetivos", finaliza.
                                 
Por Stefane Braga (MBPress)
     Fonte: http://bit.ly/JJZdwd

sexta-feira

Como turbinar a memória





A estudante de filosofia Ana Letícia estava parada num sinal da avenida Vieira Souto, na zona sul do Rio de Janeiro, quando descobriu que precisava turbinar a memória. “Um cara lindo, que eu vinha paquerando desde a saída da faculdade, parou o carro do meu lado e soprou o telefone pela janela.

Pensei ter decorado, mas quando cheguei em casa, 20 minutos depois, não me lembrava do bendito número”, conta. Nada mais frustrante que apagar da memória uma informação preciosa como essa, concorda? Pois temos uma boa e uma má notícia para você. A ruim é que vários fatores podem impedir que seu cérebro trabalhe a pleno vapor. “A hipertensão, por exemplo, costuma ser altamente prejudicial”, diz Ana Alvarez, especialista em linguagem e autora do livro Deu Branco — Um Guia para Desenvolver o Potencial de Sua Memória (Record). Ansiedade, stress, angústia por causa do excesso de informações e sono ruim também provocam lapsos.

A boa notícia é que, do mesmo jeito que você malha o bumbum e outras partes do corpo para ficar em forma, dá para exercitar o cérebro e dominar truques a fim de manter seu poder de concentração e memorização tinindo. Como instrutores, NOVA convocou três memoatletas habituados a enfrentar os mais variados desafios de fixação de dados. O professor de matemática financeira Alberto Dell’Isola, o analista judiciário Eduardo da Costa e o perito judicial Daniel Kossatz, que já representaram o Brasil no

Campeonato Mundial de Memória, que acontece em Londres anualmente. Eles asseguram: para se lembrar de tudo que a interessa, basta adotar exercícios mentais bastante simples. E olha que Alberto costumava pagar micos antes de iniciar o próprio treinamento. Ele já parou o carro no centro de Belo

Horizonte e só lembrou onde o automóvel estava muito mais tarde, depois de dar aulas, ir à faculdade e até acionar a polícia com a denúncia de furto. “Naquele dia, resolvi usar alguns sistemas mnemônicos que todo mundo conhece desde a infância e depois vai deixando de lado”, conta. Quer turbinar o seu chip interno agora?



                                                                              Fonte: Revista Nova Cosmopolitan/ Editora Abril

quinta-feira

Hipnose: Ilusão e Realidade

As manifestações hipnóticas, são inerentes ao ser humano. Diz respeito às interações que se estabelecem entre o corpo e a mente, e como um impacta o outro simultaneamente. Ao mesmo tempo, a interação do corpo-mente com a realidade externa.

Essa intersecção acontece o tempo todo, onde impactados e impactantes se revezam de forma incessante. A hipnose situa-se numa meta posição, sendo a aglutinadora dessas múltiplas interações. Poderíamos comparar a hipnose a um maestro, possui ele a visão de toda a orquestra e a rege. Dando as indicações do que e como deve ser feito a cada momento. E então a música a sincronia acontece, e por vezes, nos dá a impressão de que algo mágico ocorre.

O que é real e o que é ilusão nisso tudo? O real é o que ouvimos e enxergamos de uma sinfonia na medida em que produzida. O que chamamos de ilusão, é como cada um a sente, o que ela elicia em cada ser, as emoções, as lembranças, a ebulição de pensamentos e sentimentos interagindo na totalidade do ser. Contudo, para este indivíduo em específico, isso é o que há de mais real.

Poderíamos dizer então, que realidade e ilusão se complementam e por vezes nem há razão de distingui-las, pois o mais importante é o impacto que elas nos proporcionam. Nosso mundo interno é alimentado por inúmeras ilusões, algumas nos fazem bem, outras nos fazem mal. A hipnose, sendo esse "maestro" natural do mundo interno, pode conduzir os acordes na direção desejada. Na medida em que se sabe o que fazer e como fazer, pode-se utilizar em favor do paciente.

A hipnose não é uma resposta estática a um estímulo dado, antes sim é algo mutável. O que se mostra, toma a forma das expectativas, das crenças e valores de um determinado indivíduo. Para tanto, a hipnoterapia precisa tomar a forma de cada mundo interno e interagir com ele. Dando sugestões, apontando possibilidades, mostrando o próprio ferramental interno, suas qualidades e virtudes. Indicando suas forças, seus momentos de superação, sua capacidade de resiliência. O mundo interno de cada indivíduo é algo extremamente rico, e a hipnose deve interagir com toda essa riqueza. Facilitar os processos de mudança para que o individuo possa tomar posse de si mesmo, possa dirigir suas escolhas e ações.

A Hipnose utilizada nos consultórios de psicoterapia, só consegue resultados surpreendentes porque leva em consideração cada ser e sua individualidade. Porque evolui junto com o ser humano, pois na medida em que a humanidade evolui e se moderniza, acaba por usar mais seus recursos mentais. Na mesma proporção evolui a hipnoterapia, pois se utiliza de recursos que estão na mente de cada ser, e não apenas em teorias impressas em livros deixados por nossos precursores. Que certamente são informações importantes. Contudo, na medida em que são imutáveis, perdem a cada ano sua validade. Em contrapartida, o indivíduo muda constantemente, por isso a necessidade de olhar mais para o paciente e sua realidade individual e menos para as teorias.

A hipnoterapia, e neste caso numa visão ericksoniana, busca adaptar as teorias a cada paciente, levando em consideração seu vasto mundo interno. Com isso é possível fazer uma terapia sob medida para cada paciente, e isso faz toda a diferença em relação ao alcance dos resultados e mesmo a rapidez com que se alcança. A hipnose, tende a ser interpretada como mágica, mas não é.

Antes sim, um conjunto de estratégias muito bem montadas e estruturadas, com objetivos específicos. Seja a mudança numa forma de pensar, seja a cura de uma doença ou a mudança de um sentimento. Na medida em que for bem conduzida, a hipnose é esse "maestro" que interage com a "orquestra" interna de cada indivíduo. E juntos, produzem “música”.

Por Odair J. Comin

quarta-feira

Salve-me de Mim Mesmo

Quanto tempo você passa apenas na presença de si mesmo, ou quanto tempo passaria? Essa autopresença te faz bem? Você é uma boa companhia pra si? És uma boa influência para si mesmo? Essas são perguntas interessantes de se fazer.

Somos seres sociáveis, não fomos educados para viver sozinhos, nem tão pouco, nossa natureza nos preparou para a solidão, antes sim, somos gregários, vivemos em bando. Contudo, essa não é a questão.

As perguntas não dizem respeito a um ser sociável e nem se prestam a retirar o indivíduo do convívio social. Dizem respeito tão simplesmente a capacidade do ser humano, de ser bom para si, quando ele resolve habitar seu próprio mundo. Sem nenhum estímulo ou interferência do externo.

Por vezes não suportamos a solidão, ficamos incomodados, ansiosos. Estar sozinho mais parece uma doença, um mal estar que precisa ser "curado". A impaciência ocupa todos os espaços, precisamos ver gente, conversar, falar, ouvir. Sons, ruídos, gritos, buzinas, música. Alguém salve-me de mim mesmo, me resgate de minhas próprias garras. Estou eu prisioneiro de mim mesmo, como pode.

Acho que vou enlouquecer, preciso de uma chave que me liberte desse grilhão. Esse meu eu interior, um ser tão estranho para mim, estou com medo de mim mesmo.

Se não és uma boa companhia para si, é bom que esteja na presença de alguém, é bom eleger alguém em quem se espelhar, de preferência um alguém virtuoso, com coerência em seus pensamentos e atos. Alguém que possa ouvi-lo em momentos de tristeza, desespero ou alegria. Que dele possa extrair conhecimento, servir de referência, um "vigia" para si. Assim pode-se modelar o outro e usar como referencia em momentos de escolha, de indecisão.

Tudo isso com um objetivo: mais cedo ou mais tarde liberta-se. Sim, no momento em que puder pensar a partir de si mesmo, fazer suas próprias leis, se subjulgar a elas ou ir contra. Suportar as consequências ou colher os frutos de suas escolhas , então poderá considerar-se senhor de si mesmo.

Ouça o que tens a dizer a si , se escute. Ouça seu coração, ouça seus pensamentos, sua voz sussurrada apenas para si. Não tenhas medo do escuro, seus porões precisam ser habitados e iluminados, eles guardam seus tesouros mais valiosos. A vontade cria o caminho, o conhecimento abre as portas, e a lucidez ilumina o ambiente.

Odair J. Comin - Psicólogo Clínico e Escritor

sexta-feira

Verdade e Poder


Verdade e poder estão intimamente ligados. É o poder quem determina as verdades e as faz valer. Portanto, a verdade é uma invenção com objetivos específicos, com uma função clara. O poder cria formas estruturadas e massificantes para nos convencer de que tal fato é a verdade. O poder faz isso utilizando-se da razão, da inteligência e do quanto ela conhece do ser humano. Nietzsche dizia que "não existem fatos, apenas interpretações", e é isso o que o poder faz, vende a sua interpretação da realidade. E na maioria das vezes compramos. O poder é insistente, é ostensivo, e se utiliza de inúmeros veículos e formas diferentes para nos convencer.


Foucault dirá que as ciências humanas não existem senão, para conhecer o ser humano e com isso dominá-lo mais facilmente. O poder monopoliza o conhecimento e com este constrói verdades que são disseminadas no cotidiano. TV, internet, impressos, cinema, teatro, todos construindo e vendendo suas verdades. Dito isso, concluímos que a verdade não existe, ela toma a forma que determinam, é uma massa de moldar habilmente manipulada por aqueles que detém o conhecimento da técnica para fazer. Então achamos lindo, achamos perfeito e tomamos o molde como real. Ele ganha vida porque a damos. Uma verdade só se torna veraz se nela acreditamos, do contrário se desvanece.

Contudo, não é fácil nos defender dos fazedores de verdade, pois eles nos conhecem bastante bem. E por vezes não vendem suas verdades diretamente, mas sim indiretamente. Por meio de uma história, por meio de um conceito, de uma expectativa, de uma esperança, de um sonho. O poder se utiliza de estratégias para nos padronizar, com isso, facilmente nos tornamos previsíveis, o que nos deixa transparentes. Ou seja, manipuláveis. Na medida em que se sabe como o indivíduo pensa, quais são seus anseios, seus desejos. Que aliás também são instaurados pelo poder, fica fácil saber como vender uma verdade que mais facilmente será comprada. É tão personalizado, que quando você olha facilmente dirá: "isso foi feito pensando em mim". É tudo o que o poder queria ouvir.

Voltemos a Foucault, que muito escreveu sobre o poder, e uma de suas frases mais célebres foi: "onde há poder, há resistência ao poder". Ou pelo menos deveria ter. E só conseguiremos, sendo sujeitos pensantes e dispostos a libertar-se das fábricas de verdades. Começando a questionar, indagar sobre a função da verdade que estão lhe propondo. Se você compra uma verdade porque o amigo comprou, ou porque todo mundo está comprando, então não é uma ação livre. Compra uma fantasia e a tomando como verdade. A não ser que queira viver de ilusão, faz-se necessário ter mais critério em suas escolhas. Que tem de estar pautadas em si mesmo, na sua realidade, nos seus verdadeiros interesses.

Libertar-se completamente do poder é quase que impossível, pois fazemos parte de uma sociedade. Contudo, os lampejos de liberdade podem nos proporcionar belos momentos de desfrute e paz. Como se pudesse simplesmente fechar os olhos e curtir seu universo pessoal, sem preconceitos, sem obrigações, sem culpa, sem medo, sem vaidade, sem preocupação. Simplesmente sentir-se completamente desnudado de deveres e regras, como se nada pudesse atingi-lo de forma alguma. Como se pudesse flutuar, diante da leveza de seus pensamentos e consciência. Quem sabe precisamos criar um escudo que nos proteja dos vendedores de verdade. E assim poder criar nossas próprias verdades, saudáveis e por isso benéficas a si mesmo.
 
  Odair J. Comin - Psicólogo Clínico e Escritor